segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Introdução "O Anjo Pornográfico: A vida de Nelson Rodrigues"
Durante muitos anos, Nelson Rodrigues carregou a fama de “tarado”. Em seus anos finais, a de “reacionário”. Ninguém foi mais perseguido: a direita, a esquerda, a censura, os críticos, os católicos (de todas as tinturas) e, muitas vezes, as platéias — todos, em alguma época, viram nele o anjo do mal, um câncer a ser extirpado da sociedade brasileira. E, olhe, quase conseguiram. Mas, ao mesmo tempo em que queriam “caçá-lo a pauladas, como a uma ratazana prenhe”, havia também muitos para quem parecia impossível admirar Nelson Rodrigues o suficiente. Mesmo os seus piores inimigos nunca lhe negaram o talento — e não foram poucos os que o chamaram de gênio. Há quem arrisque até explicações espíritas para certos lampejos de Nelson. Para alguns, era um santo; para outros, um canalha; para todos, sempre, uma surpresa ambulante. Mas, como se verá, ninguém o conheceu direito..
Ruy Castro

Nelson Rodrigues não fazia nada mais além de mostrar seus personagens como pessoas reais de fato. Sem vilão, sem mocinho e muitas vezes sem final feliz, porque é assim que funciona a vida. Pessoas que criticaram e criticam ainda hoje a obra de Nelson, pisam na sua própria existência, enxergar "a vida que ela é" feri o orgulho de qualquer um, a realidade sempre foi dura e se não foi, é porque você ainda não sabe de tudo.

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