quarta-feira, 15 de junho de 2011

Futebol, torcida, negócios à parte.

O Clube dos 13, fundado em 11 de julho de 1987, foi uma instituição criada com o intuito de defender os interesses dos 20 principais clubes do Campeonato Brasileiro, além de promover a organização, do que representa hoje, o principal campeonato de futebol do país. O número do nome surgiu a partir da quantidade de clubes ingressantes no seu primeiro ano de existência, sendo eles: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, São Paulo, Santos e Vasco. Além desses, Coritiba, Goiás e Santa Cruz foram convidados a participar da Copa União, competição realizada no ano da fundação e vencida pelo Flamengo, que derrotou o Internacional na decisão.

Nos seus 24 anos de existência, pouco cumpriu seus objetivos principais, sendo apenas um mediador nas negociações dos direitos de transmissão dos jogos no rádio, TV aberta, TV fechada e na internet.

Expirada em 2011 a licitação que dava direitos de transmissão supremos a Rede Globo e após a reeleição do presidente Fabio Koff – chapa opositora ao candidato Kleber Leite, apoiado pela CBF de Ricardo Teixeira – a nova licitação, válida no triênio de 2011 a 2013 foi vencida pela Rede TV, em um negócio de R$ 516 milhões por temporada.

Em fevereiro de 2011, o Corinthians requereu sua desfiliação do Clube dos 13 por não concordar com a forma em que a entidade estava negociando os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro com os diversos meios de comunicação interessados. Após isso, os quatro maiores clubes do Rio de Janeiro, além de Grêmio e Internacional também anunciaram sua retirada e desvinculação com o Clube dos 13. O Atlético Paranaense foi o último clube a se desvincular da instituição cabeceada por Fábio Koff. Assim os clubes começaram a negociação individualmente com as emissoras, gerando polêmica e discussão no país inteiro.

Sendo Corinthians e Flamengo os clubes de maior torcida no país, acabaram ficando com o valor mais elevado de negociação com a Rede Globo em R$ 100 milhões de reais por temporada, alegando o maior interesse do mercado publicitário em relação às marcas dos dois clubes.

Muitos especialistas discordam da maneira como as negociações aconteceram, comparando a situação do Brasil com a do Campeonato Espanhol, em que os clubes também negociam separadamente e os dois maiores deles, Barcelona e Real Madri, também arrecadam a maior parte do bolo, enquanto os outros ficam com os restos. Porém na Europa, os direitos de transmissão não são o principal meio de arrecadação dos clubes, que lucram infinitamente mais com publicidade e contribuição dos sócios. No Brasil, os direitos são, para a maioria dos clubes, a principal forma de arrecadação de capital, vide a exceção do Internacional que arrecada mais com o programa de sócio torcedor.

As principais consequências dessa situação nos clubes é a venda exacerbada de jogadores a Europa, o que acaba com a qualidade do futebol nacional, conhecido como o melhor do mundo, mas que defende a camisa de clubes espalhados pelo velho continente e só retornam as origens no final da carreira, como são os casos de Ronaldo, Adriano, Ronaldinho Gaúcho e agora Gilberto Silva.

Em tempos de Copa do Mundo e campeonatos como a Champions League na Europa, em que assistimos o melhor futebol do mundo, fica difícil retornar e apreciar verdadeiramente o Campeonato Brasileiro na forma como ele se apresenta hoje, sem craques, sem qualidade e sem estrutura. No fim das contas o setor que deveria ser priorizado no futebol acaba ficando em segundo plano, o torcedor. Com pouco capital de giro, os clubes ficam sem condições de melhorias nos estádios e os preços de ingressos infinitamente maiores do que deveriam ser. A única coisa que ainda sobra e segura o título de país do futebol ao Brasil é a paixão e emoção do futebol.

domingo, 8 de maio de 2011

PAZ AMOR RESPEITO

Você é mais que se vê no espelho. (...) E eu que não fico trancado em um apartamento, com a boca escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar.
Quem faz de si um animal selvagem, fica livre da dor de ser um homem.
Gênios mundo afora estão de mãos dadas, e basta um choque de reconhecimento para o círculo inteiro andar.
Nenhuma compaixão pelo diabo.. jornalistas torturados?...
Voado rumo a loucura!
E se você tivesse só mais uma chance de fazer dar certo, você iria desperdiçar tentando concertar o passado?



foi um prazer, se a vida é uma só, ela sempre será a melhor que você poderia conseguir.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

um dia de inspiração

Coincidência ou não, eu lembrei do meu blog abandonado hoje e resolvi dar uma olhada no que se passa por aqui. Nem lembrava do último post, o qual me rendeu a dúvida da coincidência. Os dois últimos textos falam da dor de ser gremista, mesma dor que me encheu de desgosto ontem, e que fez do céu azul lindo do Rio Grande ficar vermelho. Sem metáforas, o céu realmente estava incrivelmente azul, e na proximidade da noite, mais especificamente às 18h30 – 15 minutos após o jogo – o céu foi tomado por uma cor laranja avermelhada pouco antes de começar uma garoa fina que incomoda mais que uma tempestade. Claro que os efeitos climáticos do dia de hoje explicam o fenômeno rubro de ontem, mas a poesia da vida é sempre mais interessante que a velha previsão informal do tempo, interpretada pelas avós que olham para o céu e recitam um versinho para falar que no dia seguinte vai chover.

Mas enfim, eu não acredito em coincidências, talvez a emoção futebolística me inspire mais que qualquer outra coisa e acaba sempre me trazendo pra cá, não é à toa que o jornalismo esportivo cruza o meu caminho constantemente.

Certa vez Graciliano Ramos palpitou: “Futebol não pega, tenho certeza; estrangeirices não entram facilmente na terra do espinho.”. Talvez não fosse só opinião dele, em meados do século XX quem poderia acreditar que aquele esporte de inglês “pegaria” no Brasil. E é exatamente essa a questão, essa é a prova maior que futebol é a atividade mais imprevisível da humanidade. Ignorando todos os outros fatores que fazem deste esporte tão interessante, a imprevisibilidade já é suficiente pra transformar um esporte em paixão incontestável de um país inteiro.

Sei que ainda existe resistência por parte de alguns, que se enganam em achar que ninguém ganha nada em troca apreciando o futebol, que enquanto meia dúzia de jogadores e dirigentes enchem o bolso de euros o torcedor toma lá onde o sol não bate.

Mas como eu já disse hoje e repito aqui, cada um com seus problemas, torcer, vibrar, chorar e sofrer por um time de futebol não é sinônimo de alienação.

Poderia encher páginas e mais páginas deste blog divagando sobre as virtudes de ser torcedor, mas não é necessário, pois eu escrevo aqui por mim e pra mim.

Voltando ao imprevisível, quarta-feira é mais um dia pra acreditar nele. Independente do resultado, eu sempre acredito, talvez eu volte aqui logo, talvez não... como o futebol é difícil de prever.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

É ai que eu me refiro

Não vou comentar muito, basta ler o texto de Marcelo Barreto para entender o que eu quis dizer anteriormente em "É um dom ser gremista".

http://colunas.sportv.globo.com/marcelobarreto/

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

É um dom ser gremista

Ontem, enquanto assistia o jogo de volta da semi da Libertadores entre São Paulo e Inter, passava um filme na minha cabeça. Com algum esforço comecei a recordar das minhas lembranças enquanto gremista. A memória mais remota que tenho de alguma conquista do Grêmio é a Copa do Brasil de 2001.
Nas salas de aula da escola existia uma maioria esmagadora de gremistas, resultado de uma campanha brilhante ao longo de anos 80 e 90, diferente da campanha colorada sem títulos, irônicamente, internacionais.
Mas tudo isso, para mim, não passa de um resgate histórico. Considerando o meu nascimento em 1990, a Libertadores e Mundial do Grêmio em 1983 eu só vi no youtube, a Libertadores de 1995, eu provavelmente vi, mas não vivi. Dizem os psicólogos que a memória se desenvolve aos 5 anos de idade, confirmando isso, eu me recordo do meu primeiro dia na pré-escola (aos 5 anos), mas da Libertadores do Grêmio não. Um ano depois em 1996, o Grêmio conquistou o bicampeonato brasileiro e a minha lembrança? Alguns vultos de uma passeata na Av. Brasil no carro do meu pai. O primeiro título gremista que vivi, foi a conquista do tetracampeonato da Copa do Brasil, em 2001, então com 11 anos. A partir dai, a minha memória é bem clara e lúcida.
Me lembro perfeitamente do Grêmio de FELIPE MELO, em 2004, caindo para série b. Também me lembro do título do ano seguinte, que provavelmente matou alguns gremistas fracos do coração. O capítulo seguinte do meu livro de memórias deixou um gosto amargo na boca, que se recusa a sair. Inter campeão da Libertadores e em sequência do Mundial em 2006. Inter campeão da Recopa, Inter campeão da Dubai Cup e Inter campeão da Sul-Americana (no dia do meu aniversário!!!).
E hoje o gosto amargo continua, considerando que o Inter está a três jogos de conquistar a Libertadores e o Mundial de clubes, enquanto o meu Grêmio, pena para sair da 18ª posição do Campeonato Brasileiro.