segunda-feira, 2 de maio de 2011

um dia de inspiração

Coincidência ou não, eu lembrei do meu blog abandonado hoje e resolvi dar uma olhada no que se passa por aqui. Nem lembrava do último post, o qual me rendeu a dúvida da coincidência. Os dois últimos textos falam da dor de ser gremista, mesma dor que me encheu de desgosto ontem, e que fez do céu azul lindo do Rio Grande ficar vermelho. Sem metáforas, o céu realmente estava incrivelmente azul, e na proximidade da noite, mais especificamente às 18h30 – 15 minutos após o jogo – o céu foi tomado por uma cor laranja avermelhada pouco antes de começar uma garoa fina que incomoda mais que uma tempestade. Claro que os efeitos climáticos do dia de hoje explicam o fenômeno rubro de ontem, mas a poesia da vida é sempre mais interessante que a velha previsão informal do tempo, interpretada pelas avós que olham para o céu e recitam um versinho para falar que no dia seguinte vai chover.

Mas enfim, eu não acredito em coincidências, talvez a emoção futebolística me inspire mais que qualquer outra coisa e acaba sempre me trazendo pra cá, não é à toa que o jornalismo esportivo cruza o meu caminho constantemente.

Certa vez Graciliano Ramos palpitou: “Futebol não pega, tenho certeza; estrangeirices não entram facilmente na terra do espinho.”. Talvez não fosse só opinião dele, em meados do século XX quem poderia acreditar que aquele esporte de inglês “pegaria” no Brasil. E é exatamente essa a questão, essa é a prova maior que futebol é a atividade mais imprevisível da humanidade. Ignorando todos os outros fatores que fazem deste esporte tão interessante, a imprevisibilidade já é suficiente pra transformar um esporte em paixão incontestável de um país inteiro.

Sei que ainda existe resistência por parte de alguns, que se enganam em achar que ninguém ganha nada em troca apreciando o futebol, que enquanto meia dúzia de jogadores e dirigentes enchem o bolso de euros o torcedor toma lá onde o sol não bate.

Mas como eu já disse hoje e repito aqui, cada um com seus problemas, torcer, vibrar, chorar e sofrer por um time de futebol não é sinônimo de alienação.

Poderia encher páginas e mais páginas deste blog divagando sobre as virtudes de ser torcedor, mas não é necessário, pois eu escrevo aqui por mim e pra mim.

Voltando ao imprevisível, quarta-feira é mais um dia pra acreditar nele. Independente do resultado, eu sempre acredito, talvez eu volte aqui logo, talvez não... como o futebol é difícil de prever.

2 comentários:

C.Meirelles disse...

Segunda-feira inspiradíssima! Baita texto!

Luís Guilherme disse...

Mtooo bom hein Jú!